ANÁLISE LCOE DE UM SISTEMA SIMULADO DE TORRE SOLAR NO MERCADO DE ENERGIA BRASILEIRO

Resumo

Tendo em vista o cenário climático mundial e seus quadros de evidentes e abruptas mudanças, um caminho a se considerar é o da busca pela redução de emissão de gases de efeito estufa nas matrizes elétricas mundiais. O Brasil, apesar de possuir uma matriz rica em renováveis, com sua base hídrica e boa complementação de eólica e biomassa, vem expandindo neste século sua produção com termelétricas majoritariamente a gás natural, mas também com renovação do uso de carvão mineral em Santa Catarina. Com uma expansão do uso de energia solar através de painéis fotovoltaicos em curso, mas com poucas perspectivas para a heliotermia, este artigo tem o objetivo de comparar os custos de uma usina solar concentradora com usinas termelétricas no país. Utilizando como base o System Advisor Model (SAM), foi simulada uma planta do tipo Torre Solar localizada na cidade brasileira de Petrolina, no estado de Pernambuco. Diversos parâmetros foram levados em consideração para propor a instalação da usina como: condições locais de irradiação direta, condições climáticas e uma melhor infraestrutura. O estudo constatou que a usina de Petrolina tem um LCOE (Custo Nivelado de Energia) nominal de 149.9 US$/MWh comparado ao LCOE médio de termelétricas de 68,39 US$/MWh. Entretanto, a capacidade de armazenamento térmico não é precificada hoje pelo arcabouço regulatório do setor, e mudanças de políticas públicas podem fomentar a competitividade da heliotermia. O desenvolvimento de pesquisas em armazenamento de energia e em relação à produção dos elementos que compõem o equipamento são exemplos de ganhos além de valores monetários diretos.