LIMITES DE INSERÇÃO DA GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA EM UNIVERSIDADES FEDERAIS

Resumo

Os gastos das universidades federais com energia elétrica consomem parte significativa dos investimentos em custeio. Diante dos cortes orçamentários verificados nos últimos anos e dos frequentes reajustes tarifários aplicáveis ao mercado cativo, essas instituições necessitam buscar soluções para diversificar sua matriz elétrica, avaliando alternativas de menor custo, sob pena de não conseguirem honrar seus compromissos. Dentre as opções disponíveis, a geração solar fotovoltaica deve ser considerada, desde que as universidades reúnam condições técnicas e tenham o acesso aos investimentos necessários facilitado, caso o custo de geração solar fotovoltaico mostre-se atraente em relação às atuais condições de contorno.Visando investigar os limites de penetração da geração solar fotovoltaica em universidades públicas, os autores aplicaram uma metodologia que utiliza ferramentas e técnicas de uso livre, tendo como base o estudo de caso da Universidade Federal do ABC (UFABC). Os resultados levaram à conclusão principal de que, embora haja um bom casamento entre a curva de geração solar fotovoltaica e a curva de carga da universidade, que apresenta consumo majoritariamente diurno, a amplitude da geração precisaria ser maior para diminuir a dependência da universidade em relação à distribuidora. Os percentuais médios anuais de redução do consumo da energia proveniente da rede para os campi Santo André (SA) e São Bernardo do Campo (SBC) foram de 8,1 % e 16,6%, respectivamente. Verificou-se que esses limites têm relação com a falta de espaço físico em SA e com a demanda contratada insuficiente nos dois campi, de forma que tentar atacar a limitação de demanda incorrerá em aumento de custos junto à distribuidora. Ainda assim, a avaliação econômica mostrou que o projeto é viável, sendo o custo de geração inferior a 60% do custo médio do kWh fornecido pela concessionária.