CONSIDERAÇÕES SOBRE O INCENTIVO DO USO DE ENERGIA SOLAR TÉRMICA E FOTOVOLTAICA NO PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM DE EDIFÍCIOS
DOI:
https://doi.org/10.59627/cbens.2014.2134Palavras-chave:
Políticas públicas, Programas de certificação, Sistema solar térmico, Sistema solar fotovoltaicoResumo
O crescimento acelerado do consumo energético mundial e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa têm exigido a exploração de fontes renováveis de energia e o uso racional dos recursos energéticos. Entre as iniciativas públicas de incentivo à utilização de medidas de conservação de energia está o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), o qual avalia a eficiência energética de produtos diversos, incluindo eletrodomésticos, edifícios e automóveis. O PBE considera diversos parâmetros para definir o nível de eficiência energética das edificações, incluindo o aproveitamento de energia solar térmica e fotovoltaica. Objetivou-se com este trabalho analisar como o uso de sistemas solares é abordado no Programa Brasileiro de Etiquetagem de edifícios. Foi verificado que o PBE avalia a geração de energia solar térmica na classificação do nível de eficiência energética de edifícios comerciais, públicos, de serviços e residenciais, enquanto que a geração de energia solar fotovoltaica é avaliada apenas em edifícios comerciais, públicos e de serviços. O uso de sistemas solares nas edificações promove a obtenção de melhores níveis de eficiência energética pelo PBE, porém dentro de certos limites. Tendo em vista: i) os altos níveis de radiação solar recebidos em território nacional, ii) a redução contínua de custo das tecnologias solares e iii) a criação de instrumentos legais que aumentam a viabilidade econômica do uso de fontes renováveis de energia no Brasil, recomenda-se que o PBE aumente de forma progressiva a participação de parâmetros relacionados à utilização de sistemas solares térmicos e fotovoltaicos na etiquetagem de eficiência energética de edifícios.
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