MULTIFUNCIONALIDADE, ESTÉTICA E BELEZA DE UMA EDIFICAÇÃO SOLAR AUTOSSUFICIENTE NA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE E NA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO VERDE
DOI:
https://doi.org/10.59627/cbens.2024.2469Palavras-chave:
Arquitetura Solar, Multifuncionalidade, EstéticaResumo
Este artigo aborda a integração de módulos solares fotovoltaicos (FV) em edificações como uma estratégia para gerar energia e compor a edificação de maneira funcional e estética. O conceito de Building Integrated Photovoltaics (BIPV) ou arquitetura solar é explorado, destacando a multifuncionalidade dos módulos FV. A multifuncionalidade é analisada em função de geração de eletricidade, de desempenho arquitetônico e da composição geométrica dos sistemas FV. A estética arquitetônica é avaliada com base nos princípios de ordem e composição formal, considerando ritmo, proporção, equilíbrio, variedade e unidade. O conflito entre ciência e arte, especialmente na junção da forma e da função, é discutido com base na estética kantiana. O estudo de caso concentra-se no Bloco C do Laboratório Fotovoltaica/UFSC, projetado como um laboratório vivo para demonstrar a aplicação da tecnologia FV em edificações. Os sistemas FV no Bloco C possuem diversas funções: gerar energia, servir como material construtivo, e contribuir para o conforto ambiental e para a estética. A metodologia de avaliação inclui duas matrizes: uma para analisar a função de geração de eletricidade e de desempenho arquitetônico, e outra para avaliar a composição geométrica da edificação. Embora os sistemas possuam perdas na geração de eletricidade principalmente por sombreamento e por não estarem idealmente posicionados, a multifuncionalidade e a estética arquitetônica compensam essas perdas. A análise estética revela que o Bloco C faz uso de todos os elementos de composição na busca da beleza arquitetônica, destacando a eficácia da integração dos sistemas FV na estética da edificação. O estudo propõe uma metodologia prática e objetiva para argumentar que as perdas na geração de eletricidade pela integração arquitetônica são compensadas pela multifunção e pela estética dos sistemas FV, contribuindo para uma mudança de paradigma no setor de energia solar no Brasil.
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Referências
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