A influência da geração fotovoltaica no fator de potência de unidades prossumidoras: uma avaliação técnica e financeira

Resumo

A instalação de micro e de minigeradores distribuídos reduz o fornecimento de energia ativa das distribuidoras e proporciona economia aos clientes prossumidores. Em contrapartida, a diminuição do consumo ativo e a manutenção do consumo reativo durante os horários de geração implicam na redução do fator de potência das unidades geradoras e pode resultar em cobranças adicionais ao faturamento dessas unidades. Por isso, neste trabalho será avaliada a influência da geração solar fotovoltaica sobre o fator de potência de três unidades prossumidoras da classe de tensão A4 e o impacto da cobrança de excedentes reativos sobre a viabilidade financeira dos projetos. A análise é feita com base na medição de fator de potência e nas contas de energia das três unidades geradoras, antes e após a conexão das usinas fotovoltaicas de 135 kW, 62 kW e 62 kW de potência instalada. Ainda que possuam diferentes características de consumo de energia, em todos os casos houve redução do fator de potência indutivo no ponto de entrega de energia durante os horários de produção. Assim, uma vez que a aquisição de geradores distribuídos visa principalmente a economia, a cobrança de multas e o investimento adicional para correção do baixo fator de potência podem influenciar negativamente sobre a viabilidade financeira dos projetos. Por isso, medidas como o uso dos inversores operando em modo fator de potência constante e a instalação de bancos de capacitores são propostas para elevar o fator de potência. Essas soluções mostraram-se efetivas, proporcionando a correção do fator de potência no ponto de entrega e reduzindo as cobranças aplicadas sobre o consumo excedente de reativo. Dentre as alternativas, a utilização de bancos de capacitores automáticos instalados a jusante da geração fotovoltaica foi a solução que melhor garantiu o fornecimento de energia reativa de acordo com a necessidade da carga.