BIODIESEL DE GORDURA SUÍNA: PRODUÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA BLENDA COM BIODIESEL DE SOJA

Resumo

O Brasil é o quarto produtor e exportador mundial de carne suína e continua a manter nessa posição. As operações de abate, tratamento e processamento da carne suína geram muitos resíduos, que além de representarem custo para as empresas produtoras, podem impactar de forma significativa o ar, solo e os corpos d'água, além de gerarem fortes odores, pois entram rapidamente em decomposição. Nesse sentido, a possível utilização desse descarte como matéria-prima para produção de biodiesel apresenta vantagens para o ambiente, devido ao baixo teor de enxofre no biodiesel, que na sua combustão reduz significativamente a emissão de dióxido de enxofre para atmosfera. Assim, o presente trabalho teve como objetivo produzir, caracterizar o biodiesel de gordura suína e avaliar a blenda biodiesel de gordura suína/biodiesel de soja, na proporção 50%:50%. O biodiesel de gordura suína apresentou resultados em conformidade com a Resolução nº 45/2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: índice de acidez de 0,27 mg de KOH/g, massa específica à 20 °C de 874 kg/m³, teor de umidade de 194,8 mg/kg e viscosidade cinemática à 40 °C de 5,0 mm²/s. A conversão em ésteres metílicos foi de 93,5%, próximo ao percentual aceitável (96,5%). A blenda de biodiesel de gordura suína/biodiesel de soja apresentou: índice de acidez de 0,26 mg de KOH/g, massa específica à 20 °C de 878 kg/m³, teor de umidade de 289,4 mg/kg e viscosidade cinemática à 40 °C de 4,8 mm²/s Embora não previsto na Resolução nº 45/2014, os autores determinaram também o Poder Calorífico Superior do biodiesel de gordura suína (39,26 MJ/kg) e da blenda (39,78 MJ/kg).